DISSERTAÇÃO.

RDT - Professora: Helda



DISSERTAÇÃO

Dissertar é debater.

       Aquele que desenvolve uma dissertação é comumente denominado de Enunciador de ideias. Nós desenvolvemos o texto dissertativo sem usar primeira pessoa, expressando o nosso ponto de vista para desenvolvê-lo com concisão e clareza.

       Essas ideias fundamentam nossa posição. É por isso que toda dissertação deve ser desenvolvida em terceira pessoa. Estabelecer nos parágrafos do desenvolvimento as relações de causa e consequência, contribui para um texto correto e conciso. Frases curtas, linguagem direta apresenta um texto com estrutura organizada e logicidade de ideias.


Dissertação


       Texto que se caracteriza pela defesa de uma ideia, ponto de vista ou questionamento, para abordar um determinado assunto. Em geral, este tipo de produção textual costuma distribuir o seu conteúdo da seguinte maneira: 

Introdução, Desenvolvimento e Conclusão.


Introdução

       Ponto em que se apresentam as ideias que serão defendidas ao longo do texto. Na Introdução de texto dissertativo encontramos a delimitação de um tema, através de frases chamadas de argumentos, ou ideias secundárias, de uma ideia central que conhecemos como assunto, o assunto do tema que amarrará os parágrafos do desenvolvimento - sugestão ou duas, ou no máximo três.


Desenvolvimento

       Momento em que se desenvolvem as ideias anteriormente apresentadas, de modo a convencer o leitor por intermédio de argumentos sólidos e dados concretos.


Conclusão

       É a parte em que se elabora um desfecho coerente do desenvolvimento com base nos argumentos apresentados.
       Neste tipo de construção, é permitido ao autor acrescentar julgamentos ou opiniões para defender sua ideia, desde que se transmitam credibilidade e consistência, sem abandonar o formato de discurso persuasivo.


       Isso necessariamente não quer dizer que uma dissertação tenha que ter três parágrafos. O mínimo de parágrafos lógicos seriam quatro e no máximo cinco, por se tratar de um texto para leitura rápida e concisa.


Sendo assim Dissertar é:

I. Expor um assunto, esclarecendo as verdades que o envolvem, discutindo a problemática que nele reside;
II. Defender princípios, tomando decisões
III. Analisar objetivamente um assunto através da sequência lógica de ideias;
IV. Apresentar opiniões sobre um determinado assunto;
V. Apresentar opiniões positivas e negativas, provando suas opiniões, citando fatos, razões, justificativas.

       Sendo a dissertação uma série concatenada de ideias, opiniões ou juízos, ela sempre será uma tomada de posição frente a um determinado assunto - queiramos ou não.
       Procurando convencer o leitor de alguma coisa, explicar a ele o nosso ponto de vista a respeito de um assunto, ou simplesmente interpretar um ideia, estaremos sempre explanando as nossa opiniões, retratando os nosso conhecimentos, revelando a nossa intimidade. É por esse motivo que se pode, em menor ou maior grau, mediar a cultura (vivência, leitura, inteligência...) de uma pessoa através da dissertação.

       Podemos contar um estória (narração) ou apontar características fundamentais de um ambiente (descrição) sem nos envolvermos diretamente. A dissertação ao contrário, revela quem somos, o que sentimos, o que pensamos. Nesse ponto, tenha-se o máximo de cuidado com o extremismo. Temos liberdade total de expor nossas opiniões numa dissertação e o examinador salvo raras exceções - sabe respeita-las. Tudo o que expusermos, todavia, principalmente no campo político e religioso, deve ser acompanhado de argumentações e provas fundamentais. 

Para fazer uma boa dissertação, exige-se:

a) Conhecimentos do assunto (adquirido através da leitura, da observação de fatos, do diálogo, etc.);
b) Reflexões sobre o tema, procurando descobrir boas ideias e conclusões acertadas (antes de escrever é necessários pensar);
c) Planejamento: 

1. Introdução: consiste na proposição do tema, da ideia principal, apresentada de modo a sugerir o desenvolvimento;
2. Desenvolvimento: consiste no desenvolvimento da matéria, isto é, discutir e avaliar as ideias em torno do assunto permitindo uma conclusão;
3. Conclusão: pode ser feita por uma síntese das ideias discutidas no desenvolvimento. É o resultado final.

d) Registrar ideias fundamentais numa sequência (ESQUEMA)
e) Acrescentar o que faltar, ou suprimir o que for supérfluo, desnecessário (RASCUNHO)
f) Desenvolvimento do plano com clareza e correção, mantendo sempre fidelidade ao tema.

Na verdade há dois tipos de dissertação:
  • Dissertação expositiva – em que se expressam ideias sobre determinado assunto, sem a preocupação de convencer o leitor ou ouvinte;
  • Dissertação argumentativa – implica na defesa de tese, com a finalidade de convencer ou tentar convencer alguém, demonstrando, por meio de evidência de provas consistentes, a superioridade de uma proposta sobre outras ou a relevância dela.

Para argumentar é preciso saber pensar, encontrar ideias e concatená-las.

Podemos iniciar nossa dissertação usando:


1. Tipos de tese

Conceituando (definindo) algo (um processo, uma ideia, uma situação).

É a forma mais comum de começar.Exemplo: 

"Violência é toda ação marginal que nos atinge de maneira irreversível: um tiro que se nos é dado, um assalto sem que esperemos, nosso amigo ou conhecido que perde a vida inesperadamente através de ações inomináveis..." 


2. Apresentando dados estatísticos sobre o assunto enfocado pelo tema

"Hoje, nas grandes cidades brasileiras, não existe sequer um indivíduo que não tenha sido vítima de violência: 48% das pessoas já foram molestadas, 31% tiveram algum bem pessoal furtado, 15% já se defrontaram com um assaltante dentro de casa, 2% presenciaram assalto a ônibus..."

Este tipo de tese não é aconselhável se não se mesclar a direcionamento argumentativo.


3. Fazendo uso de linguagem metafórica ou figurativa

Esta tese é utilizada basicamente em redações dissertativas de cunho reflexivo:

"Sorteio de vagas na educação... triste Brasil! Tristes e desamparadas criaturas que transformam-se em números sem particularidade individual e acabam, como num bingo do analfabetismo, preenchendo cartelas da ignorância. Triste Brasil que em vez de fazer florescer intelectos, faz gerar o desconsolo e o descontentamento, impede o progresso intelectual e faz ressaltar a maior das misérias: a marginalidade que se cria fora do saber."


4. Narrando, através de flashes, acontecimentos, ações

Nar-ran-do, não se espante! Bem conduzida, esta sequência integra apenas o parágrafo introdutório. Cuidado! Não se desvie da dissertação introduzida dessa forma. O perigo é, sob pressão, continuar a narração.

"Durante nove meses, agentes do serviço secreto da presidência da República realizaram gravações .. clandestinas na rede de telefones usada pelas diretorias do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no centro do Rio de Janeiro. Por mais de 30 semanas, os espiões da Abin, Agência Brasileira de Inteligência, gravaram conversas do presidente Fernando Henrique Cardoso, de ministros, dirigentes estatais e empresários. Depois se soube a divulgação parcial dessas fitas detonou uma crise política e acabou na demissão do então ministro das Comunicações, Luiz Carlos Mendonça de Barros."


5. Apresentando uma interrogação ou uma sequência de interrogações

É comum o aluno dirigir-se ao professor indagando se este tipo de introdução não empobrece a dissertação do vestibular. Não se for bem conduzida:

- em primeiro lugar, na hora do "branco", é sempre melhor começar interrogando que não começar; 

- em segundo lugar, tome cuidado com o número de interrogações: todas deverão ser respondidas por você nos parágrafos argumentativos pois, afinal, é você quem estará opinando e não deve esperar respostas de ninguém, muito menos de seu corretor. "Seu bombril é da Bombril? E a gilete é da Gillette? De tão conhecidas, estas marcas viraram nomes de produtos e foram incorporadas aos dicionários de português como se fossem substantivos comuns."

"É verdade que, depois da porta arrombada, uma tranca é sempre nela colocada? Foi pensando assim que o governo nomeou, na última semana, a procuradora aposentada Anadyr de Mendonça Rodrigues para comandar a Corregedoria Geral da União, que tem status de ministério porque visa à apuração de todas as irregularidades cometidas no país." 


6. Contestando definições, citações ou opiniões

Engano de o aluno imaginar que não possa contrariar o tema proposto; ele pode (e deve) expressar livremente suas opiniões. Só assim haverá registro real de seu pensamento. Não mistificar o que pensa sobre os fatos, acontecimentos, é fundamental para a obtenção de boa nota. Nós só encontramos coerência verbal eficaz quando somos verdadeiros no que dizemos.

"Embora se divulgue largamente que a mulher está conquistando espaços tipicamente masculinos, é preciso observar que isso nem sempre se configura como realidade. O posto mais importante deste país, quer na vida pública, quer em empresas privadas, são sempre ocupados pelo sexo masculino. As pessoas parecem não confiar muito no trabalho da mulher; embora saibamos que ela é tão competente quanto o homem. " 


7. Organizando uma trajetória que vá do passado ao presente, do presente para o passado, ao comparar social, histórica, geograficamente fatos, ações humanas, ideologias

"Na Idade Média, no Renascimento ou até mesmo durante o Século das Luzes, a mulher esteve sempre a disposição da família, dos trabalhos domésticos e da criação dos filhos; somente no século XX ela ganha, ainda que não suficientemente, coragem para inserir-se no "mundo dos homens": pilota, dirige grandes empresas, constrói edifícios. "


8. Evidenciando uma série de argumentos que futuramente serão usados como expansores de parágrafos argumentativos

"Poucas vagas para as crianças, muita propaganda na tevê, um número exorbitante de adultos analfabetos, um país fingindo que sabe ler..."

Observação: cada um dos argumentos acima numerados podem, individualmente, ser transformados em um parágrafo argumentativo que discuta, por exemplo, a falta de vagas na escola.


9. Comparando social, geográfica ou historicamente nações, ações, acontecimentos, circunstâncias

O que poderia haver de comum entre jovens pobres do Harlem no final do século XX e um poeta italiano do século XIII? A equipe de McClintock mostrou que Dante, como eles, também era rebelde, incompreendido, pressionado.
(Gilberto Dimenstein, Projeto Aprendiz, via Internet)
"Enquanto que em países desenvolvidos como o Japão ou I tália o índice de mortalidade infantil é inferior a 2%, na América Latina há regiões em que atinge os imorais 6,4%, como em alguns bolsões de miséria absoluta no Piauí, sul do Pará e Maranhão."


10. Caracterizando aspectos físicos ou espaços (fechados e abertos), descrevendo-os 

"Um corredor superlotado, pessoas deitadas pelo chão, nas macas, sobre pias, em péssimas condições de higiene e de saúde: eis uma fotografia da perversa realidade brasileira na área da saúde."

"É num pequeno sobrado, numa rua de pouco movimento, que acontecem, entre paredes encardidas, na salta exígua, as sórdidas negociações envolvendo os incentivos oficiais da Sudam, em Belém."

Além desses tipos que agora aprendemos, você poderá utilizar-se de um expediente interessante quando começar suas redações: mesclar os dez tipos que temos disponíveis. Que tal, por exemplo, interrogar e descrever?

"Quem poderia supor Miss Brasil 2001 totalmente biônica? Quem poderia apostar numa miss quase robótica produzida a partir de 19 cirurgias plásticas? Pois foi o que aconteceu. Juliana Borges, a gaúcha vencedora do concurso, arrumou as orelhas de abano, sugou excessos na barriga, costas e quadris, injetou silicone nas maçãs do rosto e nos lábios, além de dezenas de outras "arrumadinhas" antes de vestir o maiô e desfilar, encantadora, quase perfeita, pela passarela."


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POLEGAR OU INDICADOR

Fonte: Folha.com, Luiz Caversan
O futuro já chegou, e a dúvida agora é uma só: indicador ou polegar?

Como vou falar com o mundo, todo o mundo: com o indicador, o dedo mais exigido pelo manuseio do cobiçado Iphone ou similares touchscreen? Ou com o polegar, "ferramenta" indispensável para o pessoal mais pragmático do BlackBerry e congêneres?

Porque não existe outra maneira de fazer parte dessa imensa e sensacional comunidade, dessa nossa aldeia globalizada em que todos falam ou podem falar com todos o tempo todo, senão por intermédio dos instrumentos móveis de comunicação dos quais Iphones e BlackBerrys são, por enquanto, as expressões máximas.

Olhe agora para o seu lado e você muito provavelmente verá alguém teclando. Na fila, na rua, no bar, na escola, no trabalho, na cozinha, no metrô, na balada, na cama, até em velório vi outro dia um cara de olhos vermelhos ali, tec tec, certamente dando uma má notícia...

Ok, os laptops e os net books também (ainda?) cumprem satisfatoriamente essa função. Mas, o smartphone como prolongamento da mão, da mente e da fala é um caminho sem volta.

Então, que esse caminho seja o mais suave possível, que nossas vidas se enriqueçam e cada vez nos libertemos mais nesse mundo sem fronteiras, e não, ao contrário, nos escravizemos criando/fantasiando/inventando novas necessidades desnecessárias, banalizando e/ou tornando supérflua aquela que é a mais revolucionária forma de comunicação pessoal da história.

Você que está navegando no seu aparelhinho agora, veja aqui, nesta nova Folha.com, por exemplo, a imensidão de possibilidades que a tecnologia coloca literalmente na sua mão, e aproveite: viaje, conheça, saiba, conclua, duvide, interfira, opine, entre, saia, volte a entrar.

Quando me tornei jornalista, 33 anos atrás, as palavras surgiam do chumbo derretido e eram praticamente carimbadas no papel.

Agora, elas fluem exatamente como o pensamento que as gerou.

Muita coisa incrível aconteceu de lá para cá, mas nunca vi tamanha revolução tecnológica em curso, acontecendo agora, na minha frente (na minha mão...). E é fascinante fazer parte dela, seja por meio dos textos que aqui aparecem, seja pela incrível convivência socio-antropológica proporcionada pelo Facebook, seja pelo cri-cri do Twitter, pelo "velho e bom" e-mail, seja pelo Ipad que para mim ainda não chegou, mas já já está por aqui, seja por conta da mais nova e fantástica possibilidade tecnológica que vai pintar logo logo.

Vamos lá, escolha um dedo e fale com sua aldeia — que é virtual, planetária e absolutamente real — ou cale-se para sempre.
Fim
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